quarta-feira, 13 de junho de 2012

A mal cuidada educação campestrense

Não me parece exagero afirmar que a mal cuidada educação campestrense vive um instante de orfandade. O cumprimento irregular do artigo 55 do Estatuto do Servidor é um testemunho silencioso do modo como questões importantes relacionadas à educação estão sendo deixadas para trás.
Em abril deste ano, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) divulgou uma lista com os nomes dos prefeitos e governadores considerados inimigos da educação. Consta na relação o nome do Prefeito de São José do Campestre. Passados dois meses eu questiono se não seria o caso de incluirmos outros nomes à lista. Ou quem sabe criarmos a nossa própria lista. Sem dúvida muita gente iria se surpreender com o tamanho do abismo que separa o discurso da prática.
Alguém já disse, com razão, que "em se tratando de educação não existem atalhos para as grandes questões". Tem me surpreendido a resistência encontrada para se levar o artigo 55 à discussão. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação em São José do Campestre, organismo criado para defender a categoria em todas as frentes, sejam quais forem os desafios, parece ainda não ter despertado para o risco que o perverso artigo 55 representa à educação. A luta pelo cumprimento do piso foi louvável, mas passou. Agora é imprescindível que o Sindicato se posicione, dialogue, discuta, denuncie. Existe uma parcela significativa da categoria que precisa estar a par não apenas da existência do artigo 55, mas também e principalmente do que ele representará para a educação campestrense em um futuro bem próximo.
Por outro lado, o Conselho do Fundeb, esse importante instrumento de fiscalização, tem se mostrado omisso e ineficiente. Basta dizer que não se tem conhecimento de nenhuma denúncia feita pelo Conselho com relação à incorporação integral das gratificações aos salários de quem já está sendo beneficiado pelo injusto artigo 55.
Ano passado, os apelos para que se prevalecesse a lei e não fosse permitida a candidatura de alguns gestores de escolas para o terceiro mandato consecutivo, não foram ouvidos. Preteriu-se a razão e o bom senso, comprometeram o futuro da educação.
Mas a lição foi esquecida. E "quem não aprende com a história está condenado à repeti-la". Novamente se ouve nomes de pessoas que se colocam ou que são colocadas acima da educação. E novamente a indiferença está à frente dos caminhos, condenando a educação campestrense a um futuro de incertezas e nada mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários que não contiverem ofensas e termos inadequados serão autorizados.