"Toda verdade passa por três estágios. Primeiro é ridicularizada. Em seguida é violentamente combatida. Finalmente, é aceita como evidência." - Schopenhauer
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Uma informação, por favor.*
sábado, 25 de dezembro de 2010
Pense nisso:
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
O Espírito do Natal
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Gentílico campestrense (por Joel dos Anjos)
para te reencontrar.
Refaço os teus caminhos
para redescobrir os teus sonhos
guardados em casa alpendrada*
quando eras ainda semente,
esboço, vaga promessa...
Viajo em ti, Campestre,
e me reencontro.
Refaço os teus caminhos
e me redescubro
porque somos homem e terra
e somos um só.
Temos uma só alma,
somos dotados da mesma vontade,
dos mesmos sonhos,
dos mesmos ideais.
O que te engrandece me faz maior,
o que te impulsiona
também me preenche de estímulo,
o que te eterniza
faz de mim imortal.
Viajo em ti, Campestre,
incessante viajor
a recompor a tua História.
Venho de muito longe:
- Sou José Antônio**
audaz pioneiro.
À margem do teu rio
ergui minha morada;
mas também sou muitos:
andante, peregrino, hóspede de Fisa,***
poeta do povo a cantar a vida.
Ah, como esta hora é passada!
Longínqua paisagem
guardiã do tempo e da memória.
Viajo em ti, Campestre!
Busco não um motivo para amar-te,
mas um modo de dizer-te;
dentro de mim toda a ânsia
de um filho ausente:
todas as minhas horas
são para sonhar-te.
Pertenço-te!
Sois vós o berço e o lar;
sois vós o trabalho e o pão;
sois vós a terra, a semente e o fruto;
sois vós o sonho e a realização;
sois vós o refúgio na renúncia;
sois vós o porto
onde se abrigam os abstratos
navios da minha infância.
Vós, eternamente vós
direção constante do meu destino.
_________________
* Uma casa alpendrada, primeira de São José do Campestre, deu orígem a atual Rua José Antônio.
**José Antônio foi o pioneiro. Sua propriedade, denominada Campestre, situada à margem do Rio Jacu, deu orígem ao município de São José do Campestre.
***O hotel de Fisa Amador, primeiro do povoado, recebia compradores de gado, comerciantes e também poetas cantadores que vinham para a feirinha local.
domingo, 19 de dezembro de 2010
O pensamento e o pensador (por Joel dos Anjos)
domingo, 7 de novembro de 2010
V Semana Cultural - sob o olhar da geografia - (por Joel dos Anjos)
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Doras e Carmosinas
terça-feira, 12 de outubro de 2010
O dia da criança (por Joel dos Anjos)
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Índio do asfalto (por Joel dos Anjos)
Em período eleitoral é comum (re) aparecerem os “filhos da terra”: os que a abandonaram, os que a esqueceram, os que nada fizeram para merecerem ser chamados de filhos da terra. E aparecem também os que querem ser adotados a todo custo, aqueles que sem laços nenhum, os criam, obviamente para se desfazerem depois sem nenhum constrangimento. De todo modo, ser filho da terra é uma condição especial, um diferencial que parece pesar na hora da escolha.
Eu, por minha vez, pergunto: ah, Campestre, onde estão os teus filhos? Por que razão te abandonaram? Não me refiro apenas àqueles que zarparam e aqui aparecem de quatro em quatro anos tentando arrebanhar as massas, mas principalmente aqueles que permaneceram e são como ausentes, que nos vendem ilusões e nos tornam desiludidos.
O tempo nos ensina que não basta ser filho da terra, mas que é preciso amar a terra; que é preciso, sobretudo, ter a mesma fome e a mesma sede da terra. Aliás, de que tem tido fome e sede os filhos de Campestre? Não me refiro aos filhos distraídos, abandonados e desiludidos, aos que tiveram que deixar o seu chão para tentar a sorte em chão desconhecido, aos que tiveram que abandonar os estudos a um passo do ensino médio por falta de transporte escolar, aos trabalhadores e trabalhadoras com seus salários atrasados, parcelados, vivendo injustamente de pires na mão a mendigar os seus direitos. Não, não me refiro a nenhum desses filhos de Campestre. A fome desses, eu conheço. Da sede desses, eu também padeço, porque compartilhamos o mesmo sonho de prosperidade e justiça. Refiro-me aqueles que com as nossas necessidades constroem não apenas os seus discursos, mas os seus sonhos, suas casas, e enchem suas casas de conforto, e refinam seus gostos, e freqüentam lugares nunca antes imaginados, e comem, e bebem, e se divertem, e se declaram defensores da terra enquanto a terra morre a míngua abandonada e esquecida.
Talvez porque eu seja um índio do asfalto ainda cultive valores como o amor a terra, e seja capaz até de ouvir o seu lamento e sofrer o seu abandono como se fosse a mim mesmo abandonado. Talvez. Mas talvez eu esteja certo: quem sabe o amor a terra não passe mesmo pelo desejo de governá-la, mas se alimente do sonho de bem servi-la.
domingo, 19 de setembro de 2010
De estouro, não! (por Joel dos Anjos)
De quem será a culpa? Das escolas? Certamente não. O fato de nenhuma escola da rede municipal ser registrada no Ministério da Educação revela uma desatenção de todos os prefeitos que passaram pelo município de São José do Campestre. Por isso ouvi com tristeza o comentário do vereador Dedé Mendonça no seu programa semanal na rádio matutão FM a respeito desse problema que não é exclusivo da Escola Jardelina Freire, mas de todas as escolas da rede municipal de ensino.
Tachar a Escola Jardelina de “escola de estouro” foi no mínimo deselegante. A Escola Jardelina é reconhecida pelo MEC, tem CNPJ, é beneficiada com os programas e convênios do governo federal. Não atua, portanto, na clandestinidade.
Penso que nenhuma crítica deve ser direcionada às escolas particularmente, mas aos gestores que se furtaram ao cumprimento de mais esse dever para com a educação campestrense.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Pátria (Daltro Santos)
A palavra pátria vem do latim – patria – e significa o país dos nossos pais, isto é, dos nossos antepassados. Mas essa é apenas uma definição enciclopédica. Veja o significado de pátria na visão de Daltro Santos:
A pátria é tudo. Quereis que vos diga tudo e eu nada vos digo, porque ela palpita e freme tão forte, tão exclusiva, tão deslumbrante e multiforme nos mais íntimos recessos do meu ser, que o espírito a sente e não pode dizê-la, que o lábio a nomeia e não sabe louvá-la, que o coração a estremece e não consegue explicar a comoção que ela derrama nele!
A pátria é tudo, porque é a vida e somos nós, é a terra e o homem, o envoltório e a essência. É o fulgor sidéreo do firmamento e o balanço constante dos mares, o dardejo do Sol e a pompa dos campos, o cachoeirar dos largos rios e o deslize suave dos regatos, as frondes altas da floresta e as flores da várzea refolente!
A pátria é tudo porque é o homem: - são os antepassados, os que desvelaram a terra e lindaram as fronteiras; é o brandir da espada na defesa e a ovação das vitórias; são os ímpetos e os reptos do gênio, na radiação da palavra, na feitura dos poemas, nos esplendores da arte; são os fastígios das aclamações, renúncias e martírios, delírios e apoteoses; os benefícios do labor e a expansão da cultura, os ardores da liberdade e as afirmações do direito.
A pátria é tudo, porque é o lar, porque é o tempo, porque é a escola, porque é o quartel e a fábrica, a biblioteca e o laboratório, o campo e o gabinete, a nau e a locomotiva, a fazenda e a mina.
A pátria é tudo, e é quase nada às vezes: uma flor, um mistério, um sorriso, uma fonte, um travo de saudade, uma trova da roça, um perfume da selva, um trino de ave, um fugitivo aspecto, um grito de campeiro, um adeus, um suspiro, um ósculo, uma prece...
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
sábado, 7 de agosto de 2010
Registre-se, publique-se e cumpra-se (por Joel dos Anjos)
E agora? O acordo firmado em juízo para pôr em dia o salário dos servidores municipais não foi cumprido. Eu sabia que não seria cumprido. Mas isso não importa. O que importa é que o acordo não foi cumprido. Os servidores municipais que desde o mês de junho vem recebendo seus vencimentos parcelados deveriam receber integralmente agora no mês de agosto, entre os dias dois e seis. É o que reza o acordo. Mas o acordo não foi cumprido. As regras do acordo foram mudadas. Quem determinou que elas fossem mudadas? Enquanto os servidores arcavam sozinhos com o prejuízo, enquanto o acordo foi vantajoso apenas para o gestor ele foi rigorosamente cumprido. Agora que os servidores iriam de fato se beneficiar com o acordo, as regras foram mudadas. E o acordo não foi cumprido. Eu sabia que seria assim. Mas isso não importa.
O que importa é que o acordo não foi cumprido. E que somos todos tolos. E como tolos aceitamos de bom grado um acordo que não fizemos. E até sonhamos. Por muito pouco não saímos às ruas para comemorar: “por me deixar respirar, por me deixar existir, Deus lhe pague”. Afinal de contas “os miseráveis não tem outro remédio a não ser a esperança” já nos ensinava Shakespeare. E fomos levados e nos deixamos levar por uma esperança tola e vã.
É certo que continuaremos a acreditar no improvável. Ora, os tolos são assim. Basta um aceno da mais infundada esperança para que voltemos a sonhar de novo. Não fui a favor do acordo. Não sonhei os sonhos que sonharam com esse acordo por que não acredito num sonho construído com o sacrifício de um direito. Mas isso não importa.
sábado, 17 de julho de 2010
Canção futura (por Joel dos Anjos)
Sem tristeza no olhar.
Sonhar, mesmo que em mim só exista
Os sinais do fracasso.
Eu quero plantar,
Mesmo que não haja tempo pra colher.
Eu quero querer
Mesmo que nada mais eu possa alcançar.
Amanhã eu quero lembrar o hoje
Sem vontade de chorar.
Tentar, mesmo que eu carregue sobre os ombros
O peso atrofiante dos meus erros.
Eu quero me iludir
Mesmo que não haja tempo pra recomeçar.
Eu quero sermear
Mesmo que eu não veja os caminhos que florir.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Julho na História
Dia 1º 1994 – Brasília
Entra em vigor o real, nova moeda brasileira.
Dia 20, 1798 - Egito
Liderado por Napoleão Bonaparte, o exército francês toma a cidade egípcia de Alexandria.
Dia 06, 1885 – Paris
O bacteriologista Louis Pasteur testa com sucesso sua vacina anti-rábica. O garoto Joseph Meister, que fora mordido por um cão raivoso recebeu a vacina e não contraiu a doença.
Dia 20, 1897- Rio de Janeiro
É oficialmente inaugurada a Academia Brasileira de Letras. Na primeira sessão, 16 acadêmicos assistiram a posse do escritor Machado de Assis como primeiro presidente da instituição.
Dia 07, 1912 – Rio de Janeiro
Primeira partida entre Flamengo e Fluminense. Um público de 800 pessoas viram o Flamengo perder por 3x2. Veja o histórico da partida:
Flamengo: Baena, Píndaro, Nery, Cintra, Gilberto, Galo, Orlando, Arnaldo, Borgerth, Gustavo e Amarante.
Fluminense: Laport, Maia, Belo, Leal, Mutzembecker, Pernambuco, Osvaldo, Bartholomeu, Behrmann, Edward Calvert e James Calvert.
Gols: E. Calvert (1 min), J. Calvert (57 min) e Bartholomeu (72 min) pelo Fluminense – Arnaldo (4 min) e Píndaro (72 min) pelo Flamengo.
Dia 07, 1957 – Rio de Janeiro
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, estreou na seleção brasileira de futebol, aos 16 anos de idade. Ele entrou no segundo tempo do jogo entre Brasil e Argentina e fez o único gol da seleção brasileira que perdeu por 2x1.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Para refletir
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Soneto (por Joel dos Anjos)
Ter a alma presa nem que seja a uma saudade.
É fascinante se entregar, se doar... pertencer
A alguém e não sonhar com a liberdade.
E a quem na vida falta esse sentido
Resta-lhe a angústia de um vazio somente
Que só o tempo de amor vivido
É tempo vivido plenamente...
E se alguma tristeza nos aflige a alma
E se a solidão nos perturba a calma
Pouco importa: não conhece o amor a vaidade.
Se por amor se sofre dor imensurável
Nos causa o mesmo amor dor inexplicável
Que mais parece a felicidade.
domingo, 13 de junho de 2010
Panem et circenses (por Joel dos Anjos)
Essa política adotada na Roma antiga é muito parecida com a política adotada hoje no município de São José do Campestre. A prefeitura, através da secretaria de educação promoverá na segunda quinzena de junho, o São João da educação. Estima-se que será gasto algo em torno de quinze mil reais para a realização do evento. Uma pequena fortuna para um município que não tem dinheiro para pagar aos trabalhadores nem para manter em dia o estoque de dipirona na farmácia do hospital.
Cabe então uma pergunta: por que não dividir essa pequena fortuna com as escolas do município? Mais uma vez a resposta, ou melhor, o argumento apresentado parece ter saído do roteiro de algum filme de humor: “não se pode deixar morrer a tradição”. Ora, a tradição que verdadeiramente interessa aos trabalhadores é receber seu salário em dia e integralmente. Essa tradição deixaram morrer e nenhuma voz se levantou em sua defesa.
O que é a tradição diante da fome? Se existem trabalhadores extravasando a necessidade do pão para agasalhar o estômago vazio, como é possível pensarmos em festa? Esta me parece a mais cruel de todas as contradições. Mas fica a certeza: estamos longe de aprendermos a nos colocar no lugar do outro, a sentir a dor do outro. A tão sonhada e necessária cidadania ensinada aos nossos alunos parece não ter sido apreendida por quem faz a educação.
Estamos dando uma aula de indiferença e egoísmo. Oxalá, tomara que os nossos alunos não aprendam a lição.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Fogo ou água fervente? (por Joel dos Anjos)
A proposta apresentada ao gestor para parcelar em três vezes os vencimentos de maio (já estamos em junho) e em duas vezes os vencimentos de junho do servidor municipal, têm seus adeptos. Por aqui tem adeptos pra tudo. Tem professor que concorda em reduzir seu salário. Tem professor que não quer reajuste de salário. Tem vereador que acha normal atraso no pagamento do salário.
Mas curioso mesmo é o argumento utilizado para defender essas estranhas idéias (para dizer o mínimo): “é melhor isso do que nada”. A impressão que se tem é que vivemos em pleno rigor do AI 5 onde predominava a força, não a justiça. Ou aceitamos o pior ou pior será.
Não é justo nos colocar assim contra a parede. Deve existir um caminho onde prevaleça o justo, o correto, o bom senso. Não acredito que não tenhamos escapatória. Não é possível que nossas únicas escolhas seja o fogo ou a água fervente.
O calendário jamais sonhado pelo servidor municipal foi apresentado hoje. Veja:
PREF. MUN. S.J.CAMPESTRE-RN /SETOR PESSOAL
CALENDÁRIO DE PAGAMENTO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
CONFORME A AÇÃO CIVIL (sic) PÚBLICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO
AUTOS Nº 153.09.000302-2
MÊS DE MAIO DE 2010
SERÁ DIVIDIDO EM TRÊS PARCELAS:
. 1ª PARCELA – DIA 10 DE JUNHO – 50% DO SALÁRIO
. 2ª PARCELA – DIA 20 DE JUNHO – 25% DO SALÁRIO
. 3ª PARCELA – DIA 30 DE JUNHO – 25% DO SALÁRIO
MÊS DE JUNHO DE 2010
SERÁ DIVIDIDO EM DUAS PARCELAS:
. 1ª PARCELA – DIA 10 DE JULHO – 50% DO SALÁRIO
. 2ª PARCELA – DIA 20 DE JULHO – 50% DO SALÁRIO
MÊS DE JULHO DE 2010
SERÁ PAGO INTEGRALMENTE ENTRE O DIA 02 A 06 DE AGOSTO DE 2010.
MÊS DE ABRIL DE 2010
SERÁ DIVIDIDO EM TRÊS PARCELAS IGUAIS:
. 1ª PARCELA – DIA 30 DE SETEMBRO DE 2010
. 2ª PARCELA – DIA 30 DE OUTUBRO DE 2010
. 3ª PARCELA – DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2010
20 DIAS DE AGOSTO DE 2009
SERÁ DIVIDIDO EM TRÊS PARCELAS IGUAIS:
. 1ª PARCELA – DIA 30 DE SETEMBRO DE 2010
. 2ª PARCELA – DIA 30 DE OUTUBRO DE 2010
. 3ª PARCELA – DIA 30 DE NOVEMBRO DE 2010
sábado, 22 de maio de 2010
Hino Nacional Brasileiro (Versão Guarani)
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
Onhe Hendu ypiranga gui hembe Kangy’i
Ouviram-se do Ipiranga as margens calmas
De um povo heróico o brado retumbante,
Xondáro sapukai omboryryi
O grito dos guerreiros estremeceu
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Kuaray aça oexape vy nhanderesaka
O raio do sol brilhou ofuscante
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Hendy pe arai re agu’i
Brilhou no céu nesse instante
Se o penhor dessa igualdade
Openhara joo raminguá
Se o penhor da igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Jyvá mbaraete py rogueru
Conseguimos trazer com braço forte
Em teu seio, ó Liberdade,
Ne kâmy teko vy’a
Em teu seio, a paz
Desafia o nosso peito a própria morte!
Nhande poxi’a oenoi nhane mano
Nosso peito chama a própria morte
Ó Pátria amada,
Yvy hayupy
Terra amada
Idolatrada,
Nhemboete
Respeitada,
Salve! Salve!
Oúma ! Oúma!
Saúdo! Saúdo!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
Pindorama nhe’em baraete overá hendy
Brasil, é a voz forte, raio reluzente
De amor e de esperança à terra desce,
Mborayu ha’e nhearô gui ywy oguejy
De amor e de esperança à terra desce
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
Yvá porã py tory potim açy
No céu formoso, riso e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Kuruxú ra’ angaa hexakã
A imagem da cruz das estrelas resplandece
Gigante pela própria natureza,
Tuixa ojegui hae oíny há’epy
Grande pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
Iporã, hatã há’agaa ndaovaiguái
É bonito, é forte, a imagem é imcomparável
E o teu futuro espelha essa grandeza
Tuixa ojekuaa araka’ e verã
Aparece o grande futuro
Terra adorada,
Yvy porã
Terra bonita,
Entre outras mil,
Heta va’ egui
Entre outras muitas,
És tu, Brasil,
Ndee há’e
Você é,a
Ó Pátria amada!
Yvy hayupy
Terra amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Ko Yuy Ra’y kuery Gui xy Marangatu
Dos filhos desta terra é mãe gentil
Pátria amada,
Yvy hayupy
Terra amada,
Brasil!
Pindorama!
Brasil!
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Onhenó Kuri peve Guarã Mondeapy
Deitado eternamente em colo da mãe,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Pará Guaçu Nhedu Ha’e yuá rexakã
O som do mar e a luz do céu,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Pindorama ojekuaa ve va’e “América” py
O Brasil que aparece mais na América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Oexapé kuaray yuy pyau gui
Ilumina o sol do Novo Mundo!
Do que a terra mais garrida
Pe yvy iporã ve
Terra mais bonita
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
Hory, nhuu dy porã heta vé yvoty
Seus risonhos, lindos campos e mais flores
Nossos bosques têm mais vida,
Nhande ka’aguypy oi ve tekove
Em nossa floresta tem mais vida,
Nossa vida no teu seio mais amores.
Orerekove nekã my roayuve
Nossa vida em teu seio mais amamos.
Ó Pátria amada,
Yvy hayupy
Terra amada,
Idolatrada,
Nhemboete
Respeitada,
Salve! Salve!
Oúma! Oúma!
Saúdo! Saúdo!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
Pindorama Mborayú guí que tojexauka
De amor do Brasil, que apareça
O lábaro que ostentas estrelado,
Hajukue jaxytata oexauká va’e
O pano que mostra estrelas,
E diga o verde-louro desta flâmula
Eré arapaxái hovy ko haju kue’ire
Diga o verde-louro deste paninho
Paz no futuro e glória no passado.
Vy’arã há’e aguyjevete yma guarere
Paz no futuro e glória no passado.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Onhemopy’a ha’egui onhendu ratã
Mas, ergueu-se e clamou forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Rexa’rã nde ra’y nonhai nherairõ gui
Verás que teu filho não fugirá da luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Ekyjeme de rayua nemanoa
Não tenha medo, quem te adora, própria morte.
Terra adorada
Yvy porã
Terra bonita
Entre outras mil,
Mbovy he’y va’egui
Entre outras muitas,
És tu, Brasil,
Ndee há’e
Você é, a
Ó Pátria amada!
Yvy hayupy
Terra amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Yuy ra’ygui ha’e xy marangatu
Dos filhos desta terra é mãe gentil
Pátria amada,
Yvy hayupy
Terra amada,
Brasil!
Pindorama!
Brasil!
sexta-feira, 21 de maio de 2010
A justiça no outro lado da fronteira
“O Tribunal de Contas do Estado (TCE) condenou dois ex-prefeitos, ontem, durante a sessão da 1ª Câmara. O primeiro caso foi uma prestação de contas referente ao 6º bimestre de 2003 da prefeitura de Lagoa D’Anta, na gestão de Germano de Azevedo Targino. O voto foi pela irregularidade, devendo o ex-gestor restituir R$ 229.192,25 diante da omissão ao dever constitucional de prestar contas, alem de multa na gradação de 10% sobre o débito atualizado.
As principais peças do processo serão enviadas ao Ministério Público Estadual para que sejam adotadas as devidas providências.
O segundo processo, referente a balancete do Fundef do exercício de 2002 da prefeitura de Santo Antônio, sob a responsabilidade de Luiz Carlos Vidal Barbosa. O voto foi pela restituição de R$ 110.655,190 pela ausência de prestação de contas e apresentação do plano de aplicação do valor de R$ 242.079,73 não utilizados para remuneração do magistério, no exercício de 2002, no pagamento de professores”.
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Recado aterrador sobre a tua liberdade
quinta-feira, 29 de abril de 2010
O professor está sempre errado
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, chora de "barriga cheia."
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Caxias."
Precisa faltar, é um "turista."
Conversa com outros professores,
Está "malhando" os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, Não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, "deu mole."
É, o professor está sempre errado. Mas se
Você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!
segunda-feira, 26 de abril de 2010
O muro que ninguém vê (por Joel dos Anjos)
E a cidade (...) com os punhos fechados da vida real,
Lhe nega oportunidades,
Mostra a face dura do mal...
Todo homem tem direito à instrução. (art. 26 da Declaração Universal dos Direitos do Homem)
A educação, direito de todos e dever do município. (art.124º da Lei Orgânica do Município de São José do Campestre-RN)
“A maioria deles vem de Trenchtown.” Trenchtown é uma comunidade pobre que fica nos arredores de Kingston, capital da Jamaica e é também o título de uma música de Bob Marley. Nesse trecho, Bob Marley denuncia que no mundo existe um grande número de pessoas que vivem esquecidas, largadas à margem. “A maioria deles vem de Trenchtown.”
Trenchtown também poderia ser o nome de todas as comunidades rurais de são José do Campestre. Nessas comunidades está sendo erguido um muro. Não se trata de um muro de concreto. É um muro invisível construído de silêncio e indiferença, mas que separa, distingue, divide, distancia.
Já dissemos aqui que o ano letivo em São José do Campestre começou com um longo e injustificável atraso. Falamos também da nossa preocupação em repor essas aulas. No nosso entendimento todos os alunos foram prejudicados e todos, sem exceção, têm direito à reposição. Isto é tão óbvio quanto somar dois mais dois. Está na cara como se diz.
Aqui se começa a erguer o muro. E tão silenciosamente ele está sendo erguido que ninguém se deu conta da sua construção.
Na quarta feira, feriado nacional, a Secretaria de Educação havia determinado que todas as escolas deveriam funcionar normalmente. Não poderia ter escolhido pior data para a reposição das aulas. Essa determinação revelou um estranho desconhecimento da Historia do país. Ou um tanto pior: revelou desprezo. A única escola a não cumprir com a determinação foi a Escola Jardelina Freire do Nascimento.
Diante desse fato, foi determinado que no sábado, 24 de abril, a Escola Jardelina abriria os seus portões. Mas abriria os seus portões apenas para os alunos da cidade: não foi colocado nem um transporte para os alunos da zona rural. Estava erguido o muro. A educação estava deixando de ser um direito para ser um privilégio.
O que vamos dizer aos nossos alunos da zona rural? Como vamos explicar a nossa própria incoerência? Eu não sei. De distinção, eu confesso que não sei. Mas sei que devemos todos um pedido de desculpas aos nossos alunos da zona rural. Devemos, quem sabe, a promessa – e que ela seja inquebrantável – de não errarmos de novo.
O direito à educação não está associado à cor dos olhos ou da pele, tampouco ao lugar de orígem. A educação, a exemplo do que disse Vernor Muñoz Villalobos, relator da ONU, “não é um serviço a ser prestado, mas um direito básico e fundamental que deve ser respeitado.”
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Patriotismo zero (por Joel dos Anjos)
Mas não se trata de elegermos culpados ou inocentes. Nossa preocupação é mais profunda, mais significativa por assim dizer. Como os nossos alunos serão compensados? A Secretaria de Educação determinou que nesta quarta feira, 21 de abril, feriado nacional, dia dedicado ao herói da inconfidência mineira, as escolas funcionassem normalmente, sob pena de cortar o ponto dos professores faltosos. Não sei se ache incrível ou lamentável que a Secretaria de Educação não conheça a História do país. Que Tiradentes seja esquecido justamente pela instituição que deveria lembrá-lo. Esta não é a lição que devemos oferecer aos nossos alunos: sepultar na frieza do esquecimento a nossa própria História escrita com o sonho e com a vida de homens como Joaquim José da Silva Xavier.
Que as aulas precisam e devem ser repostas, os professores sabem; nenhum professor se furtará a esse chamamento. Mas sem imposição. Sem ferir a legalidade nem o patriotismo.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
O azul dos teus olhos (por Joel dos Anjos)
No profundo azul dos teus olhos.
Quero tocar o azul
O fascinante azul do céu,
Que se confunde com o azul dos teus olhos.
Quero mergulhar no azul
No inebriante azul do mar.
Inda mais fascinante que o azul do céu,
Inda mais profundo que o azul dos teus olhos.
Sobretudo quero viver no azul
No profundo azul dos teus olhos.
Inda mais belo que o azul do céu,
Inda mais belo que o azul do mar!
sexta-feira, 2 de abril de 2010
A nossa merenda de cada dia (por Joel dos Anjos)
São José do Campestre é uma porção do Nordeste brasileiro. Aqui vivenciamos todos os dias essa verdade. O trabalho realizado pela UNICAMP vem apenas fundamentar a nossa preocupação. O que não sabemos é como tornar também dos governantes essa preocupação que é só nossa.
No Brasil, particularmente no Nordeste em face da pobreza, a alimentação escolar ganhou uma dimensão social maior. A baixa qualidade da merenda escolar tem influência negativa na aprendizagem porque diminui a capacidade de concentração nas atividades escolares além de contribuir substancialmente para a evasão, ou seja, tem influência direta no fracasso escolar de parte significativa dos nossos alunos.
Um dos mais antigos programas de suplementação alimentar em execução no Brasil, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi desenvolvido a partir de 1954 com o estabelecimento da Campanha da Merenda Escolar (CME). O objetivo do programa é suprir 15% das necessidades nutricionais diárias e contribuir para a redução da evasão escolar. Em 1988 a alimentação escolar passou a ser direito constitucional.
No entanto esse direito está sendo banalizado. A má qualidade dos alimentos distribuídos às escolas da rede municipal de São José do Campestre é um exemplo de negação desse direito e de desatenção e desrespeito àqueles que escreverão o nosso futuro.
A alimentação escolar de qualidade é um direito constitucional dos alunos e um ato pedagógico.
terça-feira, 16 de março de 2010
A desconhecida ( por Joel dos Anjos )
Fugidio sonho que embriaga e entontece.
Vulto que apenas se reconhece:
Não se prende, não se segue, não se sabe a direção.
Voz, sorriso: magia... sedução
Qualquer coisa que deslumbra e apetece
Edêneo gozo em que a alma adormece:
Verso... poesia... canção.
Cabelo ao vento... indiferente passa
E o instante se enche de graça
Ternura... fascínio... perfeição.
Passa... e ao perder-se na distância
Fica o desejo, o sonho, a ânsia
Silêncio... vazio... solidão.
terça-feira, 9 de março de 2010
Dezembro ( por Joel dos Anjos )
Como um fantasma inquieto
Vago na trajetória habitual.
Não invejo a paz convencional
Nas pessoas hipócritas,
Nem aspiro a uma felicidade fugaz -
Que dura um só momento -
Aliás, de nenhuma ambição
Se devia armar meu pensamento
Pois nada há que possa ser mudado:
Assim como o dia se achará
Fatalmente nos braços da noite
Corro de encontro ao determinado.
E nada há que me possa ser acrescentado.
Apenas vivo, consumo o que me pertence
E sonho o que necessito.
Em breve me acharei no começo.
No limiar dos sonhos,
No alvorecer das expectativas.
Onde os homens depositam a esperança
E o destino rir de escárnio.
Às pedras que me foram tiradas
Outras predestinadas tomarão lugar.
E assim se sucederá
Até que venha a mim o tempo de morrer.
sábado, 6 de março de 2010
Ele tinha um imenso amor por Campestre ( por Joel dos Anjos)
Fui testemunha das suas muitas lutas. Mais do que isso: fui um aliado. E aprendi a admirar a sua coragem, a sua determinação e a sua perseverança. Foram muitos os recomeços, mas sempre o via, depois de cada luta, ainda mais fortalecido, juntando os sonhos deixados pelo caminho para torná-los realidade um dia. E não era nenhum herói, contudo; era apenas humano, com seus defeitos e com suas virtudes.
Ele sabia falar de sonho. Ele falava de esperança como quem compõe uma canção ou um poema: acreditando que ela encontraria abrigo no mais sólido coração. Ele nos deixou um legado de luta. Ele nos ensinou a acreditar no nosso ideal por mais distante e inatingível que ele possa parecer. Sabia como ninguém, enxergar o valor de cada um. Estava sempre disposto a elogiar a virtude e a reconhecer o mérito. Desprezava o oportunismo, tivesse o oportunista o nome que tivesse, a força ou o poder.
João de Hercílio partiu e nos deixou um vazio emoldurado por atitudes que despertaram admiração. Resta-nos agora debruçarmos sobre a saudade traduzida em dor nesses primeiros dias de ausência e não esquecer jamais o seu exemplo.
É hora de perscrutar as lembranças para vencer, quem sabe, essa angústia, porque afinal elas saberão acalmar em nós essa silenciosa dor de não tê-lo.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Medo e mais nada ( por Joel dos Anjos )
Segundo os especialistas o rendimento mensal médio de um dentista é de 3.322 reais; de um advogado, 2.389 reais; de um jornalista, 2.858 reais; de um farmacêutico, 2.212 reais; de um arquiteto, 2.018 reais; de um enfermeiro, 1.751 reais; de um biólogo, 1.719 reais e de um professor 927 reais.
Esse seria, segundo os especialistas, um dos motivos que afastam os melhores alunos do ensino médio da carreira docente. O documento aponta oito caminhos para atrair bons candidatos para atuar em sala de aula. Um deles é propor bons planos de carreira. “União, Estados e Municípios precisam criar caminhos para o docente evoluir sem ter de sair de sala de aula e virar coordenador, diretor ou formador como ocorre hoje.” – Concluem os especialistas.
Na verdade o estudo é um resumo de como tem sobrevivido a educação em todo o Brasil. Mas se você acrescentar a todos os dissabores mostrados pelo estudo realizado pela Fundação Victor Civita perda salarial de 20 dias do mês de agosto de 2009, atraso no pagamento dos vencimentos e atraso no pagamento do terço de férias você terá feito um resumo do caos que se instalou no sistema educacional do município de São José do Campestre – RN.
A administração do futuro, como é chamada a atual administração, parece empenhada em garantir à educação um futuro sem perspectiva, de enganos, incertezas, perdas, medo e mais nada.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Pense nisso:
Estamos atentos ( por Joel dos Anjos )
São como folhas ao vento...
Estamos atentos!
Suas promessas
Divagam no espaço,
Presas no laço do esquecimento...
Estamos atentos!
Estamos atentos
E atentos seremos
Agora e sempre!
Estamos atentos
Ao seu discurso,
À sua incoerência,
À sua contradição,
À sua indiferença...
Estamos atentos!
Estamos atentos
E atentos seremos
Agora e sempre!
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Síntese ( por Joel dos Anjos )
ela brilha
sobre as nossas cabeças.
Nossos olhos podem vê-la
mas nossas mãos
não podem tocá-la.
domingo, 31 de janeiro de 2010
O tempo e o vento ( por Joel dos Anjos, setembro de 2002 )
Mas há um sonho que não morre.
Que resiste aos ventos
Como se tivesse raízes.
Me entusiasmo, desfaleço
Mas há um sonho que não morre.
Que se sustenta no tempo
Como se fosse eterno.
Sonho incansável, imperturbável sonho!
Não sobreviverás a mim
Que sendo frágil - sou tua raiz!
Que sendo efêmero - sou teu tempo!
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Uma questão de momento ( por Joel dos Anjos )
Tudo é uma questão de momento.
Há dias em que arrastamos pela poeira dos nossos passos todas as coisas colhidas ao longo do caminho. Arrastamos, sobretudo, os nossos pecados e os nossos medos; arrastamos nossos erros e nossas incertezas. E então descobrimos que há momentos em que as flores não tornam mais suave a caminhada. Mas descobrimos também, ou já o sabemos desde cedo, que não importa as pedras que atirem sobre os nossos sonhos ou sobre as nossas cabeças. É preciso caminhar.
Assim é a vida. É preciso caminhar mesmo que na nossa bagagem levemos as renúncias de todos os sonhos deixados pra trás, as frustrações de todas as oportunidades perdidas, os desapontamentos de todas as portas fechadas, ou, quem sabe, a terrível mágoa de todos os "nãos" recebidos. Imerecidamente recebidos. E tudo isso se não cega os olhos da carne, cega os olhos da alma. E não importa a beleza da paisagem se a alma triste já não se contenta em apenas navegar, mas quer como diria um sonhador ao menos um verso para cantar a sua dor.
Não teria Saint-Exupéry razão quando diz que só se vê bem com o coração? Os olhos distinguem as flores e o coração, a beleza. Pois é, a beleza. Ela está aí nas flores, nos sonhos, nos versos, na vida. Mas no final das contas livre de todos os fardos o coração nunca vai estar. Sempre existirá uma saudade, uma querença, uma desilusão a lhe entorpecer. Resta, digamos, ao coração humano, entender que não importa o quão envolvente seja a noite, sempre haverá a perspectiva de um dia, de um novo começo, com todas as chances a que temos direito.
Por isso é que se há momentos em que nos passa despercebida toda a primavera como na letra daquela canção, também há momentos em que a alegria nos sorrir. Não porque a conquistamos, mas porque tudo na vida é efêmero. E apesar das renúncias, das frustrações, dos desapontamentos e mágoas, conseguimos ver no espinho o que não víamos nas flores. Não seria apenas manifestação da alegria por assim dizer, mas o insensato coração que aprendeu durante a travessia que a tristeza existe apenas por um momento e existe apenas em nós mesmos.
A vida é feita de momentos. Por mais desgastada que esteja a frase não há nada de mais óbvio que se possa escrever. É isso mesmo: a vida é feita de momentos. Por isso é que sempre haverá o dia em que estaremos encantados com o espinho e o dia em que seremos indiferentes à flor. Mas acima de tudo é preciso prosseguir na caminhada sem esquecer-se de semear sonhos ou flores, não importa, mesmo que a nossa dor ou a nossa insensatez por algum momento, algum dia, não nos permita ver os caminhos que florirem