domingo, 25 de dezembro de 2011

Como identificar um manipulador*

Um estudo realizado pela terapeuta e especialista em programação neurolingüística, Isabelle Nazare-Aga, revela que as características de manipuladores do sexo masculino e feminino são as mesmas. Segundo a terapeuta, só o tempo e a convivência permitem reconhecer o típico manipulador.

O estudo revela que "com algumas exceções, o manipulador não tem consciência de suas atividades devastadoras. O egocentrismo do manipulador é tão forte que o torna incapaz de perceber o que os outros sentem". "Aqueles que são conscientes e não querem mudar, beiram a perversidade", diz a terapeuta.

Uma das principais características do manipulador é só se interessar por si mesmo. Qualquer que seja o assunto, interrompe assim que possível para contar uma passagem que tenha acontecido com ele.

Se não dominar o tema da conversa, não dá atenção ao que está sendo dito e, em poucos minutos, desvia o assunto e procura uma forma de atrair os olhares para si.

Comportamento comum dos manipuladores de ambos os sexos:

Não faz promessas porque não gosta de se comprometer. Sua frase preferida é: "você não confia em mim?"

Não pede desculpas quando não cumpre o que diz ou falha nos compromissos feitos. Em vez disso tem excelentes pretextos para se explicar. Detesta ter que admitir que errou.

Não considera as necessidades da outra pessoa. Ao contrário, impõe a sua vontade com mais ou menos sutileza. Quando usa a máscara do altruísmo, fingindo poreocupar-se com os outros, geralmente mostra-se ofendido se alguém o censura por sua desconsideração.

É inflexível e só muda de opinão para concordar com alguém se tiver algum interesse nisso. O que, geralmente, só é descoberto meses depois.

É capaz de se apropriar de idéias, desejos e opiniões alheias, colhendo para si o mérito que não lhe pertence.

Impõe sua presença e adora se intrometer na vida particular das pessoas que lhe são próximas. Mas faz isso sempre com o pretexto de querer ajudar.

Não consegue deixar de dizer coisas que provocam mal-estar nas pessoas ao redor.

Muitas vezes transmite a idéia de que se sacrifica por alguém ou alguma causa, mas é puro marketing.

Usa a chantagem emocional para conseguir controlar os outros, ou então faz com que as pessoas sintam-se diminuídas e acuadas, fragilizando-as.

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*Fernanda Dannemann



sábado, 24 de dezembro de 2011

Se* (Rudyard Kipling)

Se podes calmo estar entre homens que se agridem,

a cabeça perdendo - e disso te acusando;

se podes crer em ti quando os outros duvidem,

mas concordar em que prossigam duvidando;

se podes esperar, sem que a espera te canse,

ou mintam sobre ti - sem que mintas, no entanto,

ou, sendo odiado embora, o ódio te não alcance,

e não pareças - inda assim - ou sábio, ou santo;


se sonhas, mas não és por sonhos dominado;

se pensa, mas não vês, só nisso, o alvo da mente;

se o Triunfo, ou o Desastre, encontras a teu lado

e tratas esses dois tartufos igualmente;

se disseste a verdade - e a podes ver torcida

em ardil de impostor; se rotas em pedaços,

as coisas por que tu sacrificaste a vida,

curvado as reconstróis com os teus doridos braços;


se podes arriscar tudo que é teu - mas tudo -

num lance só - cara ou coroa - e, num momento,

perder, e começar de novo, e ficar mudo,

sem uma queixa, uma palavra de lamento;

se podes obrigar teu corpo, na verdade

exausto em carne e em alma, a erguer-se e a te servir,

quando em ti nada houver senão tua vontade

que não se rende e lhe comanda: "Resistir";


se te ouvem multidões e a virtude é contigo,

ou freqüentas os reis e o bom-senso te guia;

se não podem ferir-te, o amigo ou o inimigo,

e se, confiando em ti, - de mais, ninguém confia:

se, de cada minuto, enches cada segundo

com um passo para frente em luminoso trilho,

então eu te direi que dominas o Mundo

e direi muito mais: que és um Homem, meu filho!

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*Tradução de Gondin Fonseca

Para refletir:

"O caráter não é herdado. A pessoa o desenvolve diariamente, conforme pensa e age, pensamento por pensamento, ato por ato." (autor desconhecido)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Desomenagem

Há dois anos quase fui homenageado com o nome da turma concluinte do 9º ano da Escola Municipal Jardelina Freire do Nascimento. Quase. Lembro-me ainda do esforço da diretora e do vice-diretor para dissuadir os alunos do que parecia ser, digamos, uma grande bobagem.

- Joel, não. Existem outros nomes - disseram eles.

O meu nome não figura em nenhuma placa, mas ironicamente foi o único nome democraticamente escolhido até hoje. Todas as outras homenagens foram induções de quem ver no aplauso um motivo para viver.

Mas ontem tive uma grata surpresa: recebi da coordenadora pedagógica e de alguns alunos a informação de que o meu nome estaria entre os professores homenageados.

Eu disse estaria? Hoje ao receber o convite vi que o meu nome não constava na relação dos professores homenageados. Seria de fato uma desomenagem se eu não soubesse de quem partiu a idéia de ignorar o meu nome. Tenho certeza que a ausência do meu nome em um convite não significa que serei esquecido por aqueles a quem dediquei o meu profissionalismo, os meus sonhos e a minha amizade.

Não me desencorajarão, tenham certeza. As cartas que pediram para aguardar, as aguardarei. Previno no entanto que é inútil tentar olvidar o meu nome; ele será o primeiro a ser lembrado todas as vezes que buscarem um profissional em vez de um adulador.