sexta-feira, 8 de junho de 2012

Bebê de três anos é o primeiro a morrer na Argentina após a adoção da lei da "morte digna"

Foi anunciada nesta sexta-feira, na Argentina, o falecimento do bebê Camila Sámnchez Herbón, de três anos, símbolo da luta pela lei da "morte digna", aprovada há quatro semanas pelo Congresso do país. A criança, que vivia em estado vegetativo, teve os aparelhos que a mantinham viva desligados, na primeira morte autorizada após a adoção da nova legislação.
A notícia foi confirmada pela mãe do bebê, Selva Herbón, em declarações à imprensa local.
"Ela partiu em paz e deixou direitos para todos", disse a mãe.
Na segunda-feira, a família de Camila pediu formalmente aos médicos que desligassem os aparelhos que mantinham Camila viva - um respirador artificial e um alimentador - no hospital Centro Gallego, em Buenos Aires. Os pais de Camila (foto) se tornaram ativistas da lei da "morte digna" que concede aos pacientes terminais o direito de rejeitar procedimentos para prolongar sua vida.
O bebê vivia em estado vegetativo, sem atividades cerebral, desde que nasceu. Os problemas foram consequência de um erro médico.
Antes da aprovação da lei da "morte digna", os médicos haviam rejeitado o pedido dos pais para o desligamento dos aparelhos. Nesta semana eles pediram um prazo para avaliar "os procedimentos" (médicos e legais), segundo o Jornal Clarín.
Na quinta-feira, os médicos ligaram para a mãe de Camila e disseram que os aparelhos seriam desconectados diante de um grupo reduzido. Os pais da menina, Selva e Carlos, pediram a um amigo que os representasse no quarto onde Camila passou os três anos de sua vida.
A mãe de Camila liderou a campanha para a aprovação da lei argumentando que a bebê tinha o direito a "descansar em paz", segundo disse em entrevista à BBC Brasil, no ano passado.
"Ela só cresce. Não enxerga, não ouve, não chora, não ri, não se mexe quando a toco", disse a mãe na ocasião.
Na hora da votação do projeto no Congresso, Selva esteve no plenário e comemorou a aprovação da lei.
Ela tinha escrito para a presidente Cristina Kirchner e tinha conversado com sacerdotes para "explicar" que a filha "não merecia aquele calvário".
Segundo a imprensa local, Camila passou duas horas com os aparelhos desligados até morrer de parada "cardiorespiratória não traumática".
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Fonte: BBC Brasil

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