sexta-feira, 2 de abril de 2010

A nossa merenda de cada dia (por Joel dos Anjos)

Um trabalho realizado em 2003 pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) revela que para 50% dos alunos da região Nordeste do Brasil a merenda escolar é considerada a principal refeição do dia. O trabalho foi publicado no site do Ministério da Saúde em 2008. Seria de fundamental importância que os nossos desavisados governantes tivessem a noção exata da importância da merenda escolar na vida de centenas de alunos matriculados nas escolas da rede municipal de ensino.

São José do Campestre é uma porção do Nordeste brasileiro. Aqui vivenciamos todos os dias essa verdade. O trabalho realizado pela UNICAMP vem apenas fundamentar a nossa preocupação. O que não sabemos é como tornar também dos governantes essa preocupação que é só nossa.

No Brasil, particularmente no Nordeste em face da pobreza, a alimentação escolar ganhou uma dimensão social maior. A baixa qualidade da merenda escolar tem influência negativa na aprendizagem porque diminui a capacidade de concentração nas atividades escolares além de contribuir substancialmente para a evasão, ou seja, tem influência direta no fracasso escolar de parte significativa dos nossos alunos.

Um dos mais antigos programas de suplementação alimentar em execução no Brasil, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) foi desenvolvido a partir de 1954 com o estabelecimento da Campanha da Merenda Escolar (CME). O objetivo do programa é suprir 15% das necessidades nutricionais diárias e contribuir para a redução da evasão escolar. Em 1988 a alimentação escolar passou a ser direito constitucional.

No entanto esse direito está sendo banalizado. A má qualidade dos alimentos distribuídos às escolas da rede municipal de São José do Campestre é um exemplo de negação desse direito e de desatenção e desrespeito àqueles que escreverão o nosso futuro.

A alimentação escolar de qualidade é um direito constitucional dos alunos e um ato pedagógico.

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