terça-feira, 9 de março de 2010

Dezembro ( por Joel dos Anjos )

Já percorri todo o círculo.
Como um fantasma inquieto
Vago na trajetória habitual.
Não invejo a paz convencional
Nas pessoas hipócritas,
Nem aspiro a uma felicidade fugaz -
Que dura um só momento -
Aliás, de nenhuma ambição
Se devia armar meu pensamento
Pois nada há que possa ser mudado:
Assim como o dia se achará
Fatalmente nos braços da noite
Corro de encontro ao determinado.
E nada há que me possa ser acrescentado.
Apenas vivo, consumo o que me pertence
E sonho o que necessito.

Em breve me acharei no começo.
No limiar dos sonhos,
No alvorecer das expectativas.
Onde os homens depositam a esperança
E o destino rir de escárnio.

Às pedras que me foram tiradas
Outras predestinadas tomarão lugar.

E assim se sucederá
Até que venha a mim o tempo de morrer.

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