domingo, 9 de dezembro de 2012

*Uma homenagem à Clarice Lispector


"CLARICE... Você tem peixinhos nos olhos, você é bissexta. Faça versos, Clarice, e se lembre de mim. Você nunca é falante, barulhenta. O que você escreve nunca dói nem fere os ouvidos. Você sabe escrever baixo. E sua assinatura, Clarice, é você inteirinha: Clara...Clarinha...Clarice." - Manuel Bandeira.

Só um poeta, aliás, O poeta, para traduzir em palavras, tão singelas, tão belas, Clarice Lispector em sua inesgotável complexidade. Uma escritora que escrevia porque - "quando não escrevo estou morta" como dizia - que tem uma escrita "carne viva", pulsante, sem pudores ou enfeites, autêntica, singular e verdadeira, muito verdadeira.
Autora de inúmeras obras que transitam por todos os gêneros - romances, contos, crônicas, artigos para jornais, revistas femininas, entrevistas, peça e até literatura para crianças, seu universo tem uma carga de humanidade tão forte, tão envolvente, que se tornou sua marca, gerando inúmeras adaptações para as outras artes, numa possibilidade infinita de leituras e criações, aproximando público de diferentes segmentos e faixas etárias.
Nascida russa, com poucos meses chega ao Brasil com sua família e aos 21 anos apela ao então presidente Getúlio vargas sua naturalidade brasileira. Brasileira sente-se desde sempre, ama a língua portuguesa e dela nos deixou um legado incomparável.
Suas palavras reverberam o silêncio, na pausa, na respiração, nos diálogos interiores das personagens a quem deu vida em sua vida de apenas 57 anos.
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*Texto: Globo teatro

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