segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Aluna, filha de brasileiros foi salva do massacre nos EUA por professora

"A professora de música abriu a salinha anexa, onde ficam os instrumentos musicais, colocou todas as crianças sentadinhas ali e se escondeu com elas lá dentro. Por isso a minha filha está viva". O mecânico carioca Arnaldo Porto rememora a experiência da filha Gabriela Porto, de nove anos, na escola primária Sandy Hook, onde o atirador Adam Lanza, matou vinte crianças e seis adultos, na última sexta-feira.
Pai e filha acendem velas em homenagem às vítimas da chacina de Sandy Hook, que fica localizada no subúrbio de Newtown. Na região, uma imensa tristeza pesa sobre os moradores, traumatizados com o massacre.
Gabriela ouviu o tiro pelo sistema de alto-falante da escola. Rapidamente, a professora trancou a porta da sala e escondeu as crianças, que começaram a chorar, assustadas. A professora pediu que todas ficassem caladas e deu balas para elas.
"Recebemos um comunicado dizendo que a escola havia sido fechada, uma emergência. Isso já aconteceu algumas vezes antes, eu estava tranquilo pela manhã", relata o brasileiro.
"Só que ligaram depois para a Alessandra, minha mulher. Uma americana dizia que estava com minha filha e outras crianças nos Bombeiros e que era para buscá-la.Como eu estava em casa, fomos buscá-la os dois.".
O casal viu vários carros policiais cercando a escola e o vizinho Corpo de Bombeiros, em uma pequena colina cercada por um bosque.
"Foi difícil chegar: todos os pais, de uns 600 alunos, correndo para saber o que aconteceu. Começamos a ouvir sobre um atentado, mas ninguém tinha a menos ideia da gravidade. Tive que preencher um papel que estava retirando a minha filha, para o controle deles. Fiquei meia hora nos Bombeiros".
Só ao voltar para casa é que o pai teve a dimensão do que aconteceu e começaram a falar das 20 crianças e das professoras assassinadas.
Gabriela estuda desde os cinco anos na escola e está em seu último ano ali - o estabelecimento só oferece aulas do jardim da infância à quarta série, onde ela estuda agora.
O pai diz que a filha escapou por uma saída alternativa e não passou pelo local do massacre - a polícia abriu a sala e as crianças saíram de olhos fechados, em fila. "Cada série ocupa um corredor inteiro naquele grande quadrado que forma a escola. Felizmente ela não viu aquela tragédia, mas ficou com muito medo, é claro".
Pelo que a filha contou, um alarme soou pela manhã e, pelo alto-falante, uma mulher falou que havia algo estranho acontecendo. Logo a voz se interrompeu. Para Porto, a mulher foi atingida.
O casal de brasileiros tem dois filhos nascidos nos Estados Unidos: Gabriela e um irmão mais velho. Alessandra trabalha como babá, e Arnaldo, numa oficina.
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Fonte: Diário do Nordeste

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