sábado, 23 de fevereiro de 2013

E na manhã de sábado...

O pequeno livro, em que me atrevo
A mudar numa trêmula cantiga
Todo o nosso romance, ó minha amiga,
Será mais tarde nosso eterno enlevo.

Tudo o que fui, tudo o que foste eu devo

Dizer-te: e tu consentirás que o diga,
Que te relembre a nossa vida antiga,
Nos dolorosos versos que te escrevo.

Quando, velhos e tristes, na memória

Rebuscarmos a triste e velha história
Dos nossos pobres corações defuntos,

Que estes versos, nas horas de saudade,

Prolonguem numa doce eternidade
Os poucos anos que vivemos juntos.
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Soneto I - Guilherme de Almeida

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