terça-feira, 2 de julho de 2013

Usuários saem em defesa da Telexfree



A suspensão judicial das atividades da Telexfree, empresa acusada de montar um esquema de pirâmide financeira, tomou rumos inesperados. Passou de protestos e agressões nas redes sociais a carreatas e até ameaças de morte. A quantidade de pessoas enfurecidas com a decisão da Justiça dá mostras do que há por trás do negócio. A promessa de lucro alto, rápido e fácil atraiu, em apenas um ano, cerca de 1 milhão de pessoas, segundo estimativa de órgãos envolvidos nas investigações. Essa gente, agora, quer evitar ficar no prejuízo. E busca todas as formas de pressionar as autoridades para evitar o rombo.
No dia 18 de junho, a juíza Thais Borges julgou procedente uma medida cautelar preparatória de ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Acre contra a empresa. Na última sexta-feira, o Ministério da Justiça abriu processo administrativo contra a empresa por indícios de formação de pirâmide financeira. A empresa terá até o próximo dia 8 para apresentar sua defesa. Caso comprovada a existência de pirâmide financeira, ela pode ser multada em até R$ 6 milhões.
A primeira grande manifestação pública no Recife foi uma carreata no último domingo. Mas do interesse de milhares de pernambucanos no caso, a maior pressão está concentrada em uma cidade bem longe da capital pernambucana. Na última sexta-feira, o Ministério Público do Acre divulgou em entrevista coletiva a existência de ameaças de morte contra a juíza Thais Borges, da 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco. Foi ela quem suspendeu, no último dia 18, a operação da Ympactus Comercial Ltda., a razão social da Telexfree.
A empresa começou a arregimentar interessados em ganhar muito dinheiro sem sair de casa no ano passado. O funcionamento do negócio é sofisticado, mas, na avaliação de vários órgãos que se debruçaram sobre a Telexfree, trata-se da conhecida “pirâmide financeira”, um crime tipificadono código penal e já praticado antes por empresas como a Avestruz Master e a Fazendas Reunidas Boi Gordo.
O primeiro sinal de alerta, em todo o País, veio do Procon do Acre, seguido pelo de Pernambuco, que emitiu um comunicado sobre o assunto ainda em janeiro passado. “Na época, informamos ao Ministério Público de Pernambuco e também à imprensa, porque percebemos todos os indícios de pirâmide financeira”, relata o coordenador geral do Procon-PE, José Cavalcanti de Rangel.
Na avaliação do órgão pernambucano de defesa do consumidor, do Ministério Público e órgãos de outros sete Estados, além do Ministério da Justiça, apesar de toda a aparente sofisticação da Telexfree, que se diz uma empresa de marketing multinível que vende pacotes de telefonia pela internet, basicamente o dinheiro vem das pessoas que aderem à empresa.
A companhia diz vender pacotes de telefonia pela internet – que dá direito ao usuário a usar a internet para telefonar para outros Estados e países. Para isso, ela precisaria de “divulgadores”, gente convocada para postar anúncios em sites de classificados, páginas de uso gratuito e que possuem apenas anúncios.
Acontece que um divulgador tem duas missões: uma é postar uma cota diária de anúncios e a outra, chamar novos divulgadores. Em troca, ele recebe pacotes de telefonia, que sequer precisa vender – a Telexfree compra tudo de volta. Assim, segundo todos os órgãos envolvidos nas investigações, o único dinheiro que realmente circula na Telexfree e sustenta tudo é a entrada de novos divulgadores. “Claramente a empresa só distribuía lucros com novos adeptos”, diz Rangel.
Através de vídeos postados em seu site, o sócio e diretor de Marketing da Telexfree, Carlos Costa, garante que a empresa é absolutamente regular e afirma que as investigações terão efeito positivo, para comprovar a legalidade do negócio.
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Fonte: Portal NE 10

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