O deputado federal e pastor evangélico João Campos
(PSDB-GO), autor do projeto que ficou conhecido como "cura gay",
anunciou nesta terça-feira (2) que desistiu da proposta.
A decisão foi tomada após o PSDB se posicionar contra a
medida depois da onda de manifestações que se espalhou pelo país, algumas delas
contra a cura gay --o partido chegou a dizer, em nota, que o projeto era um
"retrocesso". O deputado decidiu retirar a proposta de pauta após
reunião de lideranças partidárias da Casa realizada hoje (veja no final do
texto a justificativa do parlamentar).
Polêmico, o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 234/11)
recebeu o apelido de cura gay por alterar resoluções do Conselho Federal de
Psicologia que proíbem que profissionais participem de terapias para alterar a
identidade sexual do paciente ou que tratem a homossexualidade como doença.
A proposta foi aprovada na CDH (Comissão de Direitos Humanos
da Casa), presidida pelo deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP), no
último dia 18. Segundo a assessoria jurídica da Câmara, como o projeto teve
parecer favorável na comissão, a retirada da pauta vai ter que ser votada no
plenário da Câmara. A data da votação em plenário depende da apresentação do
requerimento de retirada, o que deve ocorrer ainda hoje.
Desde que entrou na pauta da comissão, a medida foi alvo de
protestos da comunidade LGBT e de ativistas que a acusam de ser homofóbica.
Após a desistência do deputado tucano, Feliciano prometeu,
no Twitter, retomar a proposta na próxima legislatura (2015-2018), quando,
segundo ele, a bancada evangélica será ainda mais numerosa.
"O PDC não foi arquivado, mas retirado, e pode voltar.
E voltará na próxima legislatura quando teremos um número maior de deputados
evangélicos", tuitou Feliciano. "Essa perseguição de parte da mídia e
dos ativistas nos fortaleceu, e nosso povo acordou. Nos aguardem em 2015!
Viremos com força dobrada", acrescentou o pastor.
Na Câmara, Feliciano afirmou que a cura gay está sendo
utilizada para tirar o foco das causas dos protestos das últimas semanas.
"Esse projeto neste momento está sendo usado para desfocar os protestos
verdadeiros da rua, e isso não pode acontecer nunca", disse.
E voltou a dizer que a proposta será aprovada na próxima
legislatura. "Sempre soubemos que esse projeto não ia passar porque temos
poucas pessoas aqui dentro que lutam dentro desse mote. Na próxima legislatura,
a bancada evangélica vai dobrar o seu número e a gente voltar com força."
Durante a Marcha para Jesus, realizada no último sábado (29)
em São Paulo, Feliciano já havia afirmado que o projeto da cura gay estava
"morto".
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Fonte: Portal Região Noroeste
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