Venhamos e convenhamos. Não se explica nem se justifica o
que o deputado Henrique fez, solicitando um avião militar para ir ao Rio de
janeiro (RJ) se mostrar e assistir a um jogo de futebol, por mais que seja da
Seleção Brasileira, até porque o deputado não tinha papel oficial a cumprir
nesse jogo. E, se tivesse, ainda assim, não se enquadraria em nenhum dos quatro
casos permitidos por lei: motivo de segurança, emergência médica, viagem a
serviço ou deslocamento para o local de domicílio da autoridade. Não bastasse o
motivo fútil da viagem, ainda agravou a “bangolagem” com nada menos que seis
pessoas que, mesmo sendo pessoas respeitáveis, não têm direito a esse tipo de
transporte. Esqueceu-se Henrique do constrangimento a que seu colega Fábio
Faria se submeteu, prejudicando a imagem do Rio Grande do Norte e da sua
ex-namorada Adriana Galisteu, ao usar recursos públicos para pagar uma viagem
romântica, quando nem ele nem ela precisavam disso. O que se pode concluir é
que Henrique está deslumbrado com o cargo e com o status que ele lhe confere e
fica, como um menino mimado, pedindo ou exigindo o que pode o que não pode,
para que as pessoas possam dizer: O homem é poderoso mesmo. Mas, que tem uma
mãezona, a pobre e sofrida viúva, para lhe atender nos mais comezinhos
caprichos de garotão sempre mimado e agora deslumbrado. O sentimento de
impunidade é outro argumento plausível para tamanho destempero. Impunidade e
irresponsabilidade num momento em que o Brasil está com o povo nas ruas de mais
de 340 cidades, com milhões de manifestantes protestando contra a corrupção das
autoridades, o presidente do Parlamento, o segundo vice-presidente da
República, pratica um escárnio desses ao povo brasileiro. É querer apagar fogo
com gasolina. É sorrir de dois ou três milhões de brasileiros que estão indo às
ruas e de mais de cem milhões que estão em casa, mas acompanham atentos e
apoiam os protestos. Só para provar que a coisa é de maneira desregrada, sem
“currutelo”, “sem peia nem cabresto”, Renan Calheiros fez a mesma presepada,
indo a um casamento na Bahia em outro avião da Força Aérea. Tudo isso é
debitado na conta do governo, porque é a presidenta Dilma o alvo desse
movimento que começou sério, democrático, justo e lindo, mas já está se
bandeando para um desvio de rota que, ao invés da democracia de que goza e que
parece expressar, começa a ser utilizado como “arma de vingança de uma oposição
sem bandeira, de uma mídia sem escrúpulo e de um projeto de quem não tem
projeto e quer açambarcar de volta o poder para fazer o País regredir à
condição de colônia aviltada pelo complexo de vira-latas, “como que dá-se ao
carrasco”...
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