RIO — O desembargador Gilmar Augusto Teixeira, da 8ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, negou nesta quarta-feira (03) um novo
pedido de habeas corpus em favor do pastor Marcos Pereira da Silva, da
Assembleia de Deus dos Últimos Dias. A defesa do pastor pretendia revogar o
recebimento da denúncia ajuizada na 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, na
qual ele é acusado de estuprar uma seguidora da igreja.
Na decisão, o desembargador assinala que “a nova ação é
manifestamente improcedente”. E lembra que, em 5 de junho, a 8ª Câmara Criminal
negou, por unanimidade, um habeas corpus idêntico. Em nota, o TJ informou que,
segundo o relator, o novo pedido não tem outro condão senão o de afrontar a
coisa julgada material.
O pastor é investigado em três processos diferentes — dois
por estupro e um por coação no curso do processo —, distribuídos para a 1ª e a
2ª Varas Criminais de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
No dia 27 de maio, o juiz da 1ª Vara Criminal de São João de
Meriti também havia indeferido um pedido de liberdade provisória formulado pela
defesa do pastor. O magistrado concluiu que os motivos que levaram à decretação
da prisão preventiva continuavam inalterados. A decisão rechaçou ainda os
argumentos da defesa de que faltaria legitimidade ao Ministério Público
estadual para propor a ação penal.
Além de ter sido denunciado por dois estupros e uma coação
de testemunha — por ter ameaçado uma vítima —, o pastor ainda enfrenta um
inquérito em andamento na delegacia de São João de Meriti também por coação, e
outro que investiga a participação do religioso no assassinato de Adelaide
Nogueira dos Santos, de 25 anos. Ele chegou a ser indiciado por coagir duas
testemunhas do processo sobre estupros.
Marcos Pereira ainda é investigado por associação para o
tráfico, lavagem de dinheiro, além de homicídio. Outras quatro denúncias de
estupro estão sendo investigadas. Segundo a polícia, o pastor Marcos também
abusava de mulheres em casas de fiéis e em seu apartamento, na Avenida
Atlântica, em Copacabana, avaliado em R$ 8 milhões. Foram ouvidas 30
testemunhas em um ano e, no total, outras 20 mulheres são citadas como vítimas
do religioso.
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Fonte: O Globo
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