sábado, 20 de outubro de 2012

Um poema de Victor Hugo

Misérrimo montão de vaidades do homem,
Sonhos! que o menor vento e o menor sopro somem
Como se acaba tudo e tudo se dispersa!
O poderio, a dor, a dor da noite imersa,
Cólera, orgulho, amor, tudo, tudo, em resumo,
Não é mais do que pó, não é mais do que fumo!

Para que tanto afã, por que tanta esperança
Se em vão se corre atrás de um bem que não se alcança?
Dizei, homens! Por que? Por que sempre rugindo
Ameaçais mar e céu? Dir-se-ia, em vós ouvindo
Soprar nesse braseiro aceso de paixões,
No meio do furor das vossas ambições,
Em torno do que a alma abraça, crê e espera,
Que sois feito de bronze, e entanto sois de cera!
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Tradução: Fontoura Xavier

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