Em um de seus poemas Cecília Meireles desabafa: "Vim trabalhar para todos, e abandonado me vejo. (...) A quem dediquei meu zelo? Talvez seja este o grito que a professora Avaní venha sufocando há dois anos enquanto aguarda pacientemente por sua licença.
Mas a espera acabou. A licença não foi concedida. A partir da próxima semana a professora Avaní terá que pagar do próprio bolso ao profissional que irá lhe substituir em sala de aula. Este é o preço da dedicação. No término de sua carreira, aos sessenta e cinco anos de idade e com a saúde fragilizada, a professora Avaní só tem à sua frente portas fechadas.
Aliás, a saúde fragilizada e a idade já seriam critérios suficientes para a concessão da licença. Mas no final das contas o que pesou mesmo para a não concessão da licença foi a convicção política da professora em detrimento do seu direito.
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