Dezenas de milhares de venezuelanos encheram nesta
quinta-feira (10/1) as ruas do centro de Caracas aos gritos de "Eu sou
Chávez!" no dia em que o presidente deveria assumir seu terceiro mandato.
O grave estado de saúde do mandatário o mantém hospitalizado em Havana há um
mês.
"Como ele não pode vir, estamos aqui para tomar posse.
Nós o amamos", disse à AFP Cleofelia Aceros, enquanto caminhava em direção
ao palácio presidencial de Miraflores -lugar marcado para a concentração- pela
Avenida Urdaneta, ocupada por uma maré vermelha de chavistas -cor do partido
Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
À tarde, o vice-presidente venezuelano, Nicolás Maduro, se
juntou à concentração.
Vestido com um traje esportivo vermelho, Maduro subiu no
palco principal, enquanto os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Nicarágua,
Daniel Ortega, e do Uruguai, José Mujica, ocupavam seus assentos, assim como
outros ministros e autoridades da região.
Depois da chegada de Maduro e do número três do chavismo,
Diosdado Cabello, a multidão cantou o hino venezuelano acompanhando uma
gravação em que era possível ouvir a voz do mandatário, de 58 anos.
Com um "Até a vida sempre!", Hugo Chávez se
despediu há um mês dos venezuelanos para viajar a Cuba para ser submetido pela
quarta vez a uma cirurgia contra um câncer. Desde então, Chávez, que durante 14
anos de governo manteve uma presença quase diária nas telas de televisão, não
tem se comunicado com o país.
Seu estado é "estacionário", em um quadro de
insuficiência respiratória, segundo o último boletim divulgado na segunda-feira
pelo governo.
"Se Chávez tivesse vindo hoje tomar posse, eu também
teria vindo. Não muda nada o fato de não estar aqui. Levamos ele no
coração", afirmou à AFP Luis Brito, de 60 anos, professor de Direito vindo
de Puerto la Cruz (noreste).
O ato transcorre em um ambiente descontraído depois de uma
forte controvérsia constitucional resolvida pelo Tribunal Supremo de Justiça
(TSJ) na quarta-feira. A instituição decidiu que Chávez não deve ser
substituído e que seu governo será mantido, em decisão aceita pelo líder da
oposição, Henrique Capriles.
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Fonte: Correio Braziliense
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