Os dois proprietários da boate Kiss, que pegou fogo na
cidade gaúcha de Santa Maria, matando 231 pessoas, e dois integrantes da banda
que fazia o show na madrugada de domingo tiveram prisão temporária decretada e
estão detidos para prestar esclarecimentos sobre a tragédia.
Três já haviam sido detidos mais cedo, e a quarta pessoa
--um dos empresários-- se apresentou às autoridades na tarde desta
segunda-feira. A Polícia Civil decidiu não divulgar os nomes porque considera
que a prisão não é para responsabilizar os detidos, mas para auxiliar nas
investigações.
A prisão de apenas dois integrantes da banda, originalmente
formada por seis integrantes, deve-se a suspeitas de que um deles seria o
responsável por lançar o sinalizador, cujas faíscas teriam iniciado o fogo. O
grupo Gurizada Fandangueira contava com seis integrantes, um deles morreu na
tragédia.
Um dos presos está internado em uma clínica na cidade de
Cruz Alta por causa da fumaça. O Ministério Público gaúcho confirmou à Reuters
que os detidos seriam integrantes da banda e empresários do estabelecimento. A
prisão é por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.
O chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado
Ranolfo Vieira Jr., disse que a prisão temporária é indispensável para a
investigação criminal.
"A prisão temporária é indispensável à investigação,
mas não está revestida de material comprobatório (da responsabilidade dos
detidos)", disse.
A maioria das vítimas, jovens universitários, morreu por
asfixia devido à fumaça tóxica que tomou conta da boate na madrugada de
domingo, quando o fogo consumiu o revestimento acústico que estava no teto da
casa.
Segundo o delegado Sandro Meinerz, já há depoimentos
suficientes para comprovar que o fogo foi provocado por um artefato
pirotécnico.
"Queremos que este seja um inquérito exemplar",
disse o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), a jornalistas.
"Que traga, se for o caso, modificações legislativas", acrescentou.
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Fonte: Reuters Brasil
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