De repente fomos obrigados a reviver uma época em que o
despotismo reinava absoluto no Brasil. Uma época em que não havia direito á
ideia, à palavra, e o país era monopólio dos ditadores - donos de todas as
vontades, que assim se consideravam como se fossem a própria consciência do
povo. Uma época que deveríamos fazer questão de esquecer e não evocá-la jamais.
Mais do que desconhecer a História e o que representou para
o país vinte e um anos de autoritarismo, veicular nas redes sociais a figura
nefasta de um ditador, exaltando sua pseudo- honestidade é um insulto á
democracia.
Quando o assunto é honestidade, o ditador-general-presidente
João Baptista Figueiredo não é referência. Basta lembrar alguns casos de
corrupção como o escândalo do Instituto Nacional de Assistência Médica e
Previdência Social (INAMPS), o escândalo das polonetas, o caso do Grupo Delfim,
entre tantos outros.
Não, não cheguemos a tanto. Não façamos de um momento que eu
quero acreditar que seja de amadurecimento motivo para exaltar a ditadura e os
ditadores. Sim, porque ninguém exalta o ditador sem sentir fascínio à ditadura.
Não, não confundamos os nossos jovens. Não existe
honestidade na ditadura. Existe o sofisma, o engodo, a privação da liberdade, a
tortura, a dor, a morte. Ensinemos aos nossos jovens que por pior que seja o
momento que estejamos vivendo ele não se assemelha em nada aos vividos durante o
regime ditatorial.
Exaltemos a nossa voz e o direito de gritar a nossa revolta
e a nossa indignação; não exaltemos o nosso medo nem o nosso silêncio...
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