segunda-feira, 13 de maio de 2013

Tempo e preconceito (por Joel dos Anjos)


Art. 1º É declarada extincta, desde a data desta Lei, a escravidão no Brazil.
(LEI N. 3353 - DE 13 DE MAIO DE 1888)

Há 125 anos a Lei Áurea tornou extinta a escravidão no Brasil, mas nada pôde fazer com relação ao preconceito e a discriminação. A justiça, se eficaz, pode até punir alguém por atitudes racistas ou preconceituosas, mas o preconceito continuará sendo uma questão de caráter e de educação: ninguém adquire valores éticos e morais ou se educa por decreto.
Em pleno século XXI, ainda é possível ouvir a voz da ignorância gritar que “ser negro é uma maldição”. Um tanto pior é ouvir o coro de outras vozes – de pessoas que se dizem seguidoras de Cristo - numa terrível anuência, como se Ele tivesse ensinado a atirar pedras em vez de amar; separar, em vez de ajuntar.
Em 1838, Theodore Weld, realizador de uma cruzada antiescravista escreveu: “A profecia de Noé é o vade-mécum [companheiro constante] dos senhores de escravos, e eles jamais se aventuram a sair sem ele¹”. Ainda hoje, o texto de Gênesis², que nada fala sobre a cor da pele é utilizado para legitimar a separação, o racismo e o preconceito.
Nenhum líder, seja ele político ou religioso, merece credibilidade se dissemina o ódio, o preconceito e a discriminação. O vade-mécum dos verdadeiros seguidores de cristo não deve ser outro senão este: "... Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável³”.
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¹- A Bíblia contra a escravidão - página 66
²- Gênesis: 9: 21-27
³- Atos: 10: 34-35

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