sábado, 4 de maio de 2013

Corpo do ex-presidente João Goulart deve ser exumado


O corpo do ex-presidente João Goulart deve ser exumado. A família suspeita que ele tenha sido assassinado por envenenamento. A investigação sobre a causa da morte do ex-residente tem apoio da Comissão da Verdade.
Em um depoimento, para um documentário da TV Senado, em 2006, o ex-agente da ditadura uruguaia, Mário Barreiro, fala sobre a morte de Jango - como o ex-presidente João Goulart era chamado. Segundo ele, o ex-presidente teria sido envenenado com autorização da ditadura brasileira.
“Conseguimos colocar um comprimido naqueles remédios que eram importados, que vinham da França. Sabíamos que o João Goulart, indefectivelmente, teria que morrer quando tomasse o comprimido. E logicamente ia dar uma hipertensão e ia morrer”, disse.
Jango morreu em dezembro de 1966, durante o exílio, na Argentina. No atestado de óbito, a causa da morte é vaga: doença. O corpo foi enterrado em São Borja, no Rio Grande do Sul.
Depois do depoimento do ex-agente, o Ministério Público Federal começou a investigar as circunstâncias da morte de Jango. A investigação ganha, agora, o reforço da Comissão Nacional da Verdade. A família já autorizou a exumação dos restos mortais do ex-presidente.
Ainda neste mês, o Ministério Público e a Comissão da Verdade vão definir os próximos passos: o pedido oficial de exumação à Justiça Federal e a formação de uma comissão internacional de peritos.
“Nós combinamos de entrar em contato com os governos da Argentina e do Uruguai. Possibilitando as perícias desses países que acompanhem também a exumação. Também buscarmos tecnologias de outros países, se isso puder contribuir de forma significativa para a perícia, vamos buscar isso também”, comenta Suzete Bragagnolo, procuradora do Ministério Público Federal.
Para João Vicente Goulart, filho de Jango, o esclarecimento da morte dele é importante para a família e para o país. “Eu acho importante para o Brasil recuperar a sua história, recuperar a história daquilo que aconteceu durante os anos da ditadura”, disse.
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Fonte: Jornal Nacional - edição de 03 de maio de 2013

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