O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, criticou a
demora na prisão dos condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Ação
Penal 470, o processo do mensalão. Ele destacou que no Brasil existe “imensa
dificuldade” no cumprimento de decisões judiciais que envolvem pessoas “situadas
no topo da estrutura social”.
“O que é preocupante é que se continue a ter imensa
dificuldade em dar cumprimento às decisões judiciais, quando se refere às
pessoas situadas no topo da estrutura social. É preciso que o Brasil supere a
dificuldade e, todos, absolutamente, todos os brasileiros estejam igualmente ao
alcance do sistema de justiça”, disse.
Roberto Gurgel lamentou a demora no processo dos recursos
dos condenados, visto que o julgamento ocorreu no segundo semestre do ano
passado. “Na minha visão, o julgamento dos embargos é algo imensamente mais
simples do que foi o julgamento inicial. É uma pena que demoremos tanto a
tornar efetiva a decisão do STF e cheguemos ao segundo semestre sem que a
decisão seja totalmente cumprida”, destacou.
O presidente do STF e
relator da ação penal, Joaquim Barbosa, disse que o julgamento dos 25 recursos
dos condenados pode ocorrer apenas no segundo semestre. Os condenados só devem
ser presos quando não houver mais possível de recorrer. Nos 25 embargos de
declaração apresentados, os réus pedem redução das penas e a possibilidade de
serem julgados na primeira instância.
O procurador admitiu que pode não atuar no julgamento dos
recursos, pois deixa o cargo em agosto. Mesmo assim, ressaltou que “a
característica do Ministério Público, e de qualquer instituição, é a
impessoalidade e, portanto, o colega ou a colega que estiver à frente da
Procuradoria-Geral da República dará continuidade a este trabalho”.
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Fonte: Agência Brasil
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