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Na quinta-feira (9), a agência de oceanos e atmosfera dos
EUA (NOAA) detectou uma concentração de 400,3 partes por milhão (ppm) de CO2 na
atmosfera. Na sexta, o observatório de Mauna Loa, no Havaí, confirmou,
detectando 400,08 ppm de carbono na atmosfera. Agora é oficial: o planeta Terra
ultrapassou a emblemática marca de 400 ppm de gás carbônico no planeta, o
limite que cientistas e ambientalistas consideram “seguro” para evitar mudanças
climáticas extremas.
>> Como será o mundo 4 graus mais quente
A concentração de carbono é medida desde a década de 1950,
um trabalho pioneiro de Charles David Keeling. O resultado dessas medições é o
gráfico acima, conhecido como “a curva de Keeling”. Ela mostra o aumento
gradativo da concentração de carbono na atmosfera. Os “dentes” do gráfico
mostram as estações do ano – a concentração sempre cai um pouco no inverno e
volta a crescer no verão.
Nunca, em toda a história da humanidade, a quantidade de
carbono foi tão alta. Segundo estudos de reconstrução das condições da Terra no
passado, a concentração de CO2 antes da industrialização nunca passou das 300
partes por milhão. Pesquisas indicam que os homens, com a emissão de gases de
efeito estufa na geração de energia, produção industrial e transporte, estão
mudando a composição da atmosfera para uma configuração similar a uma época em
que o ramo dos macacos ainda não tinha se separado do nosso. A última vez que a
Terra viu essa quantidade de carbono foi há 15 milhões de anos. O planeta era
de 3 a 6 graus mais quente do que hoje e o mar estava de 25 a 40 metros mais
alto do que atualmente.
A marca é simbólica – dizer que ultrapassar 440 ppm é ruim
não significa que em 399 ppm estava tudo bem. Mas o recorde evidencia o atual
estado de paralisia das políticas de combate e mitigação das mudanças
climáticas. Mesmo com os países do mundo se comprometendo a conter o
aquecimento em apenas 2 graus, os governos não estão fazendo a sua parte. As
negociações climáticas estão travadas, o comércio de carbono europeu dá sinais
de que não funciona e poucos países do mundo parecem realmente interessados em
agir. O resultado é que continuamos caminhando para um mundo 4º C mais quente.
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Fonte: Blog do planeta
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