O pastor evangélico Marcos Pereira da Silva, da Assembleia
de Deus dos Últimos Dias, foi preso na noite de ontem, em seu carro, um Passat,
na Rodovia Presidente Dutra. Contra ele havia dois mandados de prisão
preventiva, com base em acusações de estupro.
E, de acordo com o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de
Combate às Drogas (DCOD), ele ainda é investigado num inquérito que apura as
acusações que o coordenador do Afroreggae, José Júnior, fez sobre o suposto
envolvimento do pastor com tráfico de drogas, associação para o tráfico e
lavagem de dinheiro. E, também, quatro homicídios - um deles de uma mulher que
teria descoberto as suas “orgias”.
- Na maioria das vezes, o pastor dizia que elas, as
mulheres, estavam com o demônio no corpo, e que, por isso, teriam que manter
uma relação com uma pessoa santa. No caso, ele - disse o delegado,
acrescentando que o Ministério Público, inclusive, já denunciou Marcos Pereira
pelos crimes.
De acordo ainda com Márcio Mendonça, as vítimas relataram
que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazerem
sexo também com mulheres e homens, com homens. Uma das vítimas contou que ele a
estuprou dos 14 aos 22 anos. E três delas disseram que foram atacadas quando
ainda eram menores de idade.
Segundo elas, as orgias eram realizadas num apartamento que
o pastor tem na Avenida Atlântica, próximo ao Copacabana Palace. O imóvel,
segundo o delegado, é avaliado em R$ 8 milhões.
- Ele fazia verdadeira lavagem cerebral. As vítimas achavam
que estavam erradas e tinham que se purificar.
Contra o pastor, foram abertas seis investigações,
referentes a seis casos de estupro. Os mandados de prisão preventiva que
resultaram na sua prisão são referentes a dois destes casos. Os juízes que
decretaram a prisão foram Richard Fairclough, da 1ª Vara Criminal de São João
de Meriti, e Ana Helena Mota LIma, da 2ª Vara Criminal da mesma comarca.
Na delegacia, o pastor Marcos não quis dar entrevistas. Já o
cantor Waguinho, que pertence à mesma igreja de Pereira, disse que a prisão dele
era política:
- Todo mundo que convive com o pastor sabe que ele é uma
pessoa do bem.
Ex-mulher o acusou de fazer sexo à força
Durante as investigações, a ex-titular da DCOD, delegada
Valéria Aragão, chegou a confirmar que testemunhas relataram abusos sexuais por
parte de Marcos Pereira.
A ex-mulher do pastor Ana Madureira da Silva, que morou com
o religioso até 1998, contou que, numa ocasião, ele “entrou em casa, trancou as
portas e fez sexo à força” com ela. A DCOD investiga o envolvimento do pastor
em seis estupros, inclusive de fiéis.
De acordo com o depoimento, Ana disse que os dois se casaram
em 1989, quando ainda não eram evangélicos. Cinco anos depois, Marcos passou a
frequentar cultos e criou um “ponto de pregação” em casa, onde eram realizados
cultos às segundas.
Pereira nega acusação
Antes do abuso sexual acontece, Ana Madureira teria tido,
segundo ela, “uma visão do Anjo do Senhor que avisava que o pastor Marcos iria
estuprá-la para que engravidasse”; e, posteriormente, lhe acusasse de adultério.
Eles têm dois filhos.
Na época, em julho do ano passado, o pastor negou ao EXTRA
que tenha violentado mulheres.
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Fonte: O Globo
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