Tenho respeito pelo ministro José Eduardo Cardozo, mas não
posso deixar de aceitar alguns argumentos de Antonio Mello do Blog do Mello, um
firme defensor do governo. Realmente essa área da comunicação do governo Dilma
precisa entender que o governo tem amigos e adversários e, no caso brasileiro
tem também inimigos. Vamos ao artigo de Mello: O boato sobre a extinção do
Bolsa Família atingiu 12 estados. Milhares de brasileiros, os mais pobres,
correram às agências da Caixa com medo de não receberem o benefício.Dizem que o
boato começou na internet. Pode ser. Mas duví-dê-ó-dó que tenha sido espalhado
por ela. Aí tem rádios populares, com toda certeza, pois o povão do Bolsa
Família só tem computadores, carros e aviões na mensagem distorcida da mídia
corporativa. Esse atrevimento de bolar e botar em execução um plano com esse
alcance só acontece porque temos três ministérios fracos, acocorados - o da
Justiça, o da Comunicação e a Secretaria de Comunicação, que enche de verba o
inimigo que lhe ataca. Três bananas. A presidenta Dilma que não se engane: esse
boato plantado, e que atingiu seu objetivo de provocar pânico, é apenas balão
de ensaio do que vem por aí. Caso ela continue apoiando esses ministérios
inoperantes, pode ter a desagradável surpresa de ver adiante um boato como o de
que todos devem correr aos bancos porque eles vão quebrar, ou, ainda, vamos ver
se assim ela se move, o de sua renúncia, um golpe etc., trazendo caos ao país,
sem que nada disso tenha sido detectado pelas agências de inteligência, nas mãos
do bananão da Justiça, com apoio das concessionárias de rádio, TV e teles nas
mãos do bananão da Comunicação e com as fartas verbas publicitárias do governo
nas mãos da bananona da Secom. Presidenta, Lula quando chegou à presidência já
havia concorrido três vezes. Além disso, percorreu o país com a Caravana da
Cidadania, nasceu pobre no interior do Nordeste, e virou um grande líder
metalúrgico. Sua imagem é conhecida, admirada e está na imaginação e no coração
de todos. Lula fala diretamente com o povo. Você, presidenta, ainda não. Grande
parte do seu prestígio ainda vem dele, por isso a mídia não se cansa de querer
dissociá-los. Portanto, cuidado. João Goulart, com uma proximidade do movimento
sindical imensamente maior que a sua, foi defenestrado com um aviso falso de
que havia fugido do País, divulgado pelas rádios e espalhado pelos jornais. O
Congresso fez o resto, enquanto os tanques tomavam as ruas. O boato do fim do
Bolsa Família abriu a jaula. Ou a presidenta prende as feras ou pode vir a ser
devorada por elas.
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