O norte-riograndense* de 33 anos agredido por um grupo neonazista, em
Niterói, na Região Metropolitana do Rio, na sábado (27), diz que está com medo
de sofrer novas agressões e teme virar alvo fácil nas mãos dos amigos de um dos
integrantes do grupo, preso pouco depois das agressões. Ele acha que os amigos
de Thiago Borges Pita vão querer vingá-lo e ele teme morrer.
“Estou com medo de
sair às ruas. Fui agredido (no sábado), do nada, quando estava olhando uma
banca de jornais, na Praça Arariboia, em Niterói. Não percebi a aproximação
deles, que gritaram ‘nordestino de merda’, me deram um soco e fizeram uma
saudação nazista. Isso, às 10h, na frente de todo mundo, quando havia uma umas
oito pessoas na banca. Se fosse à noite, eles poderiam ter me sequestrado,
torturado e matado. Só não foram adiante porque as pessoas começaram a gritar,
chamando atenção dos guardas municipais, que fecharam o carro deles para que
eles não fugissem. Foi tudo muito rápido”, relembrou a vítima.
Ele conta que, por causa do alarme das pessoas, levou apenas
um soco, que acabou quebrando os óculos escuros que usava, mas que não chegou a
se ferir. A vítima conta que foi reconhecido por Thiago, que, como ele, é
morador de São Gonçalo, também Região Metropolitana do Rio.
“Eles estão presos, mas nem por isso estou mais tranquilo. O
grupo é grande, tem mais gente em São Gonçalo, em Niterói e no Rio. Deve ter
mais uns 18 deles em São Gonçalo e agem há muito tempo. Há uns três anos uma
menina foi agredida na Praça Zé Garoto. E em 2010, eles espancaram até a morte
o adolescente de 14 anos (Alexandre Thomé Ivo Rajão). Alguns foram presos, mas
outros continuam aí agredindo as pessoas”, afirmou o jovem nascido em Natal, no
Rio Grande do Norte.
Eles me deram um soco e fizeram a saudação nazista. Isso, às
10h, na frente de todo mundo"
Vítima
Para sua proteção, a vítima diz que vai mudar seus hábitos.
Admirador de jazz, ska e outros tipos de música negra e frequentador de bares
que tocam essas músicas na Lapa, no Centro do Rio, ele diz que vai buscar novos
lugares para se divertir.
“Esses neonazistas são pessoas de classe média, que
frequentam bons lugares. Agora, não vou andar mais sozinho e vou frequentar
lugares mais populares, mais povão. Vou deixar de frequentar a Lapa, onde
sempre tem alguns deles rondando e vou ficar de pé atrás. Não quero arriscar
minha segurança, minha vida. Eles são perigosos e podem matar”, disse o
agredido.
No sábado (27), segundo um guarda municipal, após impedirem
que o rapaz continuasse a ser agredido, testemunhas acusaram o grupo neonazista
detido de outras agressões em Niterói.
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* Grifo nosso (o nordestino em texto original)
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Fonte: Portal G1
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