Acompanhado pela mãe, Najat Hamad, que nasceu em Goiás, e
pelo ministro-conselheiro do escritório de Representação do Brasil em Ramallah,
João Marcelo Soares, ele chegou pela manhã ao posto policial Binyamin, perto de
Ramallah.
Após cerca de uma hora de interrogatório, durante o qual as
autoridades não permitiram a presença da mãe ou do diplomata, Majd ficou detido
no local e, de lá, deverá ser transferido para a prisão de Ofer.
De acordo com a mãe, "quando saiu do interrogatório,
estava muito nervoso e com olhos vermelhos, mas não me deixaram falar com
ele".
O adolescente é acusado de jogar pedras contra soldados
israelenses durante uma manifestação no dia 11 de abril, nas proximidades do
vilarejo de Silwad, onde mora.
Najat Hamad, nascida na cidade de Anápolis, afirma que seu
filho não participou da manifestação em questão.
"Naquele dia, eu e meu marido decidimos não deixar Majd
sair de casa, pois a situação estava tensa em Silwad, depois que colonos de um
assentamento próximo espancaram um agricultor palestino", disse a mãe à
BBC Brasil.
Segundo o porta-voz do Exército israelense, capitão Barak
Raz, "o Exército não prende ninguém à toa. Se foi preso, é sinal de que há
provas contra ele", disse citando a possibilidade de haver vídeos, fotos
ou depoimentos envolvendo o nome do adolescente.
Buscas
De acordo com o relato da mãe, soldados israelenses
invadiram a casa da familia às 2 horas da manhã do sábado (13).
"A familia inteira estava dormindo quando ouvimos
batidas muito fortes na porta", disse a brasileira. "Minha filha de
13 anos foi abrir e se deparou com um grupo de soldados com fuzis apontados
para a cabeça dela."
"Eles entraram rapidamente e começaram a revistar a
casa. Reuniram a nossa família na sala e começaram a procurar nos
quartos", disse a mãe.
"Eu tinha certeza de que eles estavam procurando meu
marido e fiquei muito surpresa quando um dos soldados me disse que vieram
prender Majd."
João Marcelo Soares acompanhou o adolescente e sua mãe à
delegacia na Cisjordânia
"Eu disse a ele que Majd tinha ido dormir na casa de
parentes e que ele é muito pequeno, só tem 15 anos", afirmou.
Ao fim da operação de busca, a mãe prometeu aos militares
que entregaria seu filho às autoridades israelenses neste domingo.
O diplomata brasileiro João Marcelo Soares, que acompanhou a
apresentação do adolescente à delegacia, disse à BBC Brasil que "as
autoridades israelenses me informaram que os interrogatórios ainda estão em
curso e, ao final, haverá uma decisão sobre o pedido de libertação sob fiança".
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Fonte: BBC Brasil
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