Ex-ditador Mubarak é condenado à prisão perpétua

O ex-presidente do Egito, Hosni Mubarak, foi condenado neste sábado, à prisão perpétua pela morte de manifestantes civis durante os protestos da Revolução egípcia, iniciados em janeiro de 2011, que terminou em sua renúncia.

O Tribunal Penal do Cairo também condenou o ex-ministro do Interior Habib al-Adly à mesma pena. Mubarak, que assistiu a audiência deitado em uma maca e de óculos escuros, reagiu com um expressão séria a sua condenação, enquanto dezenas de pessoas do lado de fora da corte comemoravam a decisão.

- Estou muito feliz! A população quer um judiciário limpo e justo no Egito - disse Soha Saeed, viúva de um homem assassinado durante um dos protestos contra Mubarak em fevereiro do ano passado.

Alguns manifestantes entraram em choque com com simpatizantes do ex-ditador do lado de fora do Tribunal, mas a polícia conteve o conflito. A sentença foi transmitida em tempo real pela TV estatal egípcia, que instalou um telão na parte da frente da corte para que a população pudesse assistir a audiência. O juiz responsável pelo caso, Ahmed Refaat, descreveu a condenação como um "fato histórico" para o Egito.

- O povo do Egito acordou em 25 de janeiro de 2011 (dia do início dos protestos anti-regime) em um novo amanhecer, esperando que pudesse respirar novos ares... depois de trinta anos de profunda, profunda, profunda escuridão - reforçou o magistrado depois de anunciar a sentença do ex-presidente.

A plateia que assistia à audiência permaneceu em silêncio após o resultado da corte. No entanto, foi possível ouvir os gritos de vitória de opositores do lado de fora do Tribunal. O ex-ditador estava internado em um hospital militar aguardando o decorrer do processo e deve ser transferido para a prisão de Tora, nos subúrbios do Cairo. Ele é o primeiro ditador derrubado pelas manifestações da Primavera Árabe a ser julgado e condenado dentro de seu país.

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Fonte: Todos os créditos para O Globo